Homem de pouca fé, por que duvidaste? (Mt 14, 31)
Amigo leitor, quantas vezes em sua vida tudo que
estava ao seu redor, tudo que você mais amava parecia afundar? Inúmeras vezes
não é? Somos cristãos só que não podemos esquecer que vivemos em um mundo
conturbado por conta de ideologias ilusórias, que muitas vezes vem e batem de
contra tudo aquilo que colocamos sobre as pilastras de valores em nossa vida.
Queria meditar neste artigo uma passagem muito conhecida do Evangelho de São
Marcos 14,22-29, Jesus que caminha sobre as águas e vai ao encontro dos apóstolos
em meio ao mar revolto.
Devemos
antes de tudo compreender esta cena. Na passagem o evangelista narra que Jesus
manda seus apóstolos para a outra margem do rio, pois ele queria ficar só.
Jesus não era egoísta, Ele queria falar ao Pai, Ele sentia esta necessidade, de
se pôr em um deserto pessoal para assim conversar com seu Pai. Daí, já podemos
pegar algo que pode nos ajudar em nossa vida, nós também como Cristo devemos em
muitas vezes de nossa vida nos colocar em deserto pessoal para falar ao Pai,
levar a Ele nossas alegrias e fadigas – assim como diz a oração da litúrgica – e oferecê-la ao Pai, mas
esta é uma outra meditação.
O
nosso ponto de meditação é aquela tempestade que atinge o barco dos apóstolos,
podemos imaginar o medo, o receio daquele grupo de homens. Eles estava
cansados, um dia inteiro junto a Jesus e a multidão que o cercava. “A barca era
agitada pelas ondas, pois o vento era contrário”, em nossa vida vivenciamos
muitos ventos contrários a nós, a nossos pensamentos, a nossos valores. A barca
de nossa vida muitas vezes parece afundar, seja ela por problemas financeiros,
termino de relacionamento, doença grave, doença psíquica, são inúmeras as
maneiras desta nossa barca virar!
Testemunhamos diariamente TV com
os jornais policiais, vemos aqueles crimes bárbaros: Marido mata esposa, filho
mata pai e mãe, namorado assassina sua namorada de dezoito anos. Nos deparamos
com aquilo que o homem tem de pior em si, somos incapazes de nos reconhecer
como seres racionais, e passamos nos enxergar como animais.
Isso contribui para que nós percamos um valor grandioso cristão, a ESPERANÇA.
Sentimento este que junto a Fé move o coração do homem para que ele possa
sempre esperar em um amanhã melhor, mas a tempestade esta tão forte, os ventos
estão tão contrários que ele se torna capaz de varrer minha esperança para a
margem da praia, só que esta margem já se encontra a kilometros de mim, sou
incapaz de alcança-la ou de até mesmo poder enxerga-la.
Os
discípulos do Evangelho de Mateus tiveram medo daquele barco virar, a esperança
deles de sobreviver parecia mínima, foi parar também na margem da praia, longe
deles. Mas como pode, homens que conviviam com Jesus, caminhavam com Ele terem
medo?! Impossível de se
acreditar! Simples é a resposta pra esta pergunta, eles são homens! Sim, como
eu e você, tem medo, perdem a esperança, choram! Jesus chamou para si homens
que precisavam também de cura interior, assim como eu e você! Mas e neste
momento como se deu a cura para falta de esperança daqueles homens? “Pela
quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar”, Jesus veio
ao encontro deles, Ele padeceu daqueles homens, o Mestre sabia que seus discípulos
precisavam desta cura, como Ele também sabe que nós também precisamos dela!
Senhor, perdoa minha falta de esperança, devia ser essa nossa oração diante do
medo.
O
barco da sua vida hoje, como ele se encontra? Aonde ele se encontra? Em alto
mar, com ventos contrários? Tantas coisas se encontram em sua cabeça, o mal da
depressão, o medo, a angústia, frustração? Esses ventos estão te deslocando para lugares que
você acha que não pode mais voltar? A sua vida se encontra em um estado que
você se torna incapaz até mesmo de não se reconhecer ao olhar no espelho? Essa barca
da sua vida é agitada pelo mal do seu orgulho que te torna incapaz de perdoar e
fazer a experiência com este dom que é capaz de curar a alma?
A
reação dos apóstolos ao verem Jesus andando sobre as águas não foi uma das
melhores, é como nós quando vemos alguém que pode nos tirar deste mar
tribulado, pensamos que seja impossível aquela pessoa esta fazendo aquilo,
pensamos impossível que haja uma mudança para nossos problemas, assim narra
Matheus: “Quando os discípulos o perceberam caminhando sobre as águas, ficaram
com medo: É um fantasma! disseram eles, soltando gritos de terror.” Sim eles
gritaram de medo, claro e não é pra menos, ver alguém em meio a uma tempestade
andando sobre as águas? Mas será que aqueles homens já não tinha provas
suficientes para saber que Jesus era realmente o Filho de Deus, afinal eles
estavam sempre com o Mestre? E você, será que você ainda não compreendeu que em
sua vida de cristão não importa o tamanho da tempestade que te aflige Cristo sempre
vem ao seu encontro? São
Paulo nos afirma em sua carta aos romanos que nada nos separa do amor de Deus,
NADA!
Deixe
que Cristo venha ao seu encontro, permita que Ele busque-o e retire-o deste mar
tão revolto que encontra-se seu coração, sua vida! Pedro quis fazer esta experiência do resgate, “Senhor,
se és tu, manda-me ir sobre as águas até junto de ti!”, eis Pedro, chefe dos apóstolos,
ele queria deixar-se ajudar por Jesus! Seria belo, se ele não afundasse. “Mas,
redobrando a violência do vento, teve medo e, começando a afundar, gritou:
Senhor, salva-me!” A resposta de Jesus é rápida e certeira, atinge o coração
daquele pescador, e também dos demais que se encontram em meio aquela
tempestade, mas também ela deve atingir o meu e o seu coração: “Jesus
estendeu-lhe a mão, segurou-o e lhe disse: Homem de pouca fé, por que
duvidaste?” Porque você duvida de mim? Porque duvida de meu amor, eis o apelo
do Senhor para nós diante dos problemas que parecem não ter solução, diante da dor,
da doença!
Em
meio a tanta escuridão, vejamos a mão poderosa de Cristo que vem ao nosso
encontro e nos resgata das trevas que possamos nos encontrar e nos puxa deste
mar de dor, só é necessário uma coisa, não desviar nosso olhar de seu olhar,
Pedro afundou porque ele tirou seus olhos de Jesus, a fé dele não foi maior que
as ondas, a fé dele não foi maior que o medo, a fé dele não foi maior que
aquele problema que ele estava passando, por isso Jesus diz, homem de pouca fé,
a para nós também ele repete todas as vezes em que achamos que o nosso problema
e maior que nosso Deus! Não deixe-se cegar pelo problema, caminhe olhando nos
olhos de Jesus, deixe que a onda bata em você, deixe que o problema passe de
sua vida, deixe-se curar pelo Cristo Senhor! Olhos fixos em Jesus, eis a
receita para sair da tempestade!
Eu
poderia escrever um livro com este tema, e este evangelho, ele é riquíssimo!
Mas para este artigo, quero deixar esta simples meditação, OLHAR NOS OLHOS DE
JESUS E DEIXAR QUE ELE GUI-E NOSSA VIDA, mas guiar pra onde? Para longe do mar
bravio! Para o retorno a beira da praia, onde temos segurança. Não permitamos
que as turbulências da vida nos tira a ESPERANÇA, ela é que sustenta nossa
vida, é através dela que podemos esperar um amanha melhor, e esta nossa
esperança tem um nome, Jesus Cristo!